sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O nosso homem do leme




Assunto: Carta de um amigo de Passos Coelho
 
Tenho pena de ti, Pedro!



Olá Pedro,


Provavelmente já não nos vemos há coisa de uns 28 anos, quando ambos militávamos na JSD. Eu segui publicidade e tu política, mas pelos vistos nenhum de nós acertou na profissão. Jovens como éramos, tínhamos muito pouca noção daquilo que queríamos para o mundo. Sabíamos apenas que uns copos e umas miúdas moldariam a noite e a Terra continuaria a rodar.
Depois o partido mudou, lembras-te? Passou a ser liberal e pouco social. Saí de imediato porque era o sentido social democrata que me movia e não o liberal.
Porém, não é para recordar laivos de juventude que hoje escrevo. Faço-o porque tenho medo. É verdade, medo. Por norma sou um “cagufas” com as doenças, mas actualmente verifiquei que estas alastram para fora do corpo, atingindo massas imensas, como se de armas químicas se tratasse. Mesmo assim, não é isso que temo. Tenho ouvido as tuas comunicações ao país através da Tv e (sabes que sou um apaixonado por história) não tenho gostado do que ouço e vejo. Preocupa-me, que queres?
É que falas das gerações futuras com muita frequência e da formação do “homem novo” num país arrumado, estruturado, limpo, feliz. Mete medo Pedro.
Em 1933 o prof Salazar também argumentava a favor do novo homem, do Estado Novo, do rigor. Foram 48 anos de rigor e mais de 14.000 mortos a defender rigorosamente terras distantes que, curiosamente, hoje nos pedes para rever e pisar.
Em 1936, um rapaz austríaco lembrou-se também do Homem Novo, ariano, espartano, puro. Purificou para sempre mais de 54 milhões de pessoas e não foi bonito. Fico por isso assustado quanto te ouço falar de um futuro mais sorridente, das novas gerações.
Mas não só. Acima de tudo quedo perplexo quando, irracionalmente, se procede à destruição do tecido social deste país. Não é pelo país, é mesmo pelas pessoas. São seres humanos com expectativas criadas pelo seu trabalho e não pelo jogo político ou financeiro. Sabes, entendi até um certo ponto que os governos anteriores deram cabo disto e os seus responsáveis deverão ser criminalizados para além do voto. Por isso respeitei as tuas promessas eleitorais, embora não te tenha dado o meu voto. Mas após tantas contradições e arrogâncias, quase tenho medo de ti. Melhor, não será medo, mas pena.
Não te queria junto de Salazar, Hitler e outros tantos que desrespeitaram o seu semelhante. Até acredito que te vás safar disto, porque afinal todos o fazem e a culpa morre sempre viúva. Porém, um Homem (novo ou velho) mede-se sempre pela atitude que expressa e a tua é vazia, insensível, cobarde e irascível, pois para além de acreditar que acreditas (passe o pleonasmo) nas irracionalidades que apregoas, sei também que tas mandam dizer e isso é o ponto mais baixo a que um Homem pode chegar… Mais baixo mesmo do que aqueles que todos os dias obrigas a arrastar pelas ruas da amargura e miséria. Afinal, não tenho medo Pedro. Tenho pena…de ti.

José Carlos
Setembro 14, 2012

 


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Portugal e os Icebergues



Se Portugal fosse o Titanic já estaríamos no fundo do oceano Atlântico!

Dizem os especialistas que quando um navio entra em rota de colisão com um icebergue deve fazê lo de proa virada para a massa de gelo e nunca tentar desviar da rota, a não ser que tenha margem de segurança para isso.

No nosso caso, tenho vindo a registar nos últimos dias, que alguns contestarios de peso, passaram a estar de acordo com as politicas do governo, amenizando os comentários contra o OE 2013.

Ou seja, vamos mesmo "marrar" de frente contra o Icebergue!

Como esta teoria não está testada e não passa disso mesmo, pois não sabemos se o Titanic tivesse optado por rumar contra o icebergue não jazeria na escuridão do fundo gélido do Atlântico Norte.

Portugal também não passa de um contentor desgovernado no extremo ocidental da península ibérica, mas que se encontra ainda a vários meses de navegação para sair desta rota de colisão.

Os especialistas em economia dividem-se, mas a tentação de irmos em frente é grande, do rombo no casco não nos safamos, mas este teste vai certamente levar-nos ao fundo.

Depois, diz o Homem de São Bento, serão só maravilhas, só se for no Pais da Alice.